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Enfluencer x jornalista I

Data da notícia: 2024-01-05 17:17:01
Foto: Assessoria/Divulgação

Esta será uma questão que sempre terá amplo debate no cenário da comunicação global. Desde que surgiram os influenciadores de mídia social ou influenciadores digitais, “os enfluencers”, e a reboque suas polêmicas, reiteradamente uma pergunta tem sido feita. Podem ser consideradas jornalistas essas pessoas que emitem opiniões para dezenas, centenas ou, às vezes, milhões?

Minha resposta é um doloroso “sim”. Digo ou escrevo “doloroso”, por ter consciência que a situação está posta, e cabe a nós contextualizá-la. Não há algum tempo, existia (e ainda há) uma divergência dos jornalistas diplomados com quem exercia a profissão sem a devida conclusão do curso superior. Pois bem, conversa vem conversa vai, até o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, declarar o voto para acabar com a obrigatoriedade do diploma de graduação para o exercício da profissão.

Isso foi no ano de 2009, me lembro bem. A nota lamentável da votação foi a comparação, feita pelo mesmo ministro, com os cozinheiros ou chefes de cozinha, por entender que qualquer pessoa pode, se assim o quiser, assumir o funcionamento de panelas ou de um computador. De lá pra cá, a profissão de jornalista foi desafiada e, no último governo, humilhada e agredida de ambos os lados, por conceitos que iam do ideológico ou psicológico. Como ocorre em todas as democracias, com ou sem a exigência do diploma, houve espaço para todos.

Sobre os influenciadores, à luz do que vivenciamos, desde que estejam postando informações diárias para os seguidores, ao contrário de conteúdos sobre comportamento, produtos, serviços, piadas, eles estão, sim, exercendo o jornalismo, não importando quem produziu ou simplesmente compartilhou tenha consciência do fato. A mesma regra vale para os sites, território em que iniciantes na comunicação se apresentam como jornalistas, regra que não se aplica, em alguns casos, nas redes sociais Facebook e Instagram. Nelas, iniciantes ou não, oportunistas ou não, preferem ser chamados de “influencer”, assim mesmo no inglês. E, em alguns casos, são bem remunerados pelo que produzem.

Mas um grande poder, sempre vem com muitas responsabilidades. Esse é um princípio que ainda precisa ser aprendido pela maioria. Por trás dos algoritmos, que parece uma divindade comportamental, há uma intrincada rede programada para nos influenciar (assim no português) a agir e a pensar, segundo acreditam e querem as empresas que dominam mentes mundo afora. Isso posto, a polêmica entre influencer e jornalistas é apenas parte de um problema maior. E aqui cabe uma ressalva, para os talentosos e bem-intencionados, o diploma é irrelevante. Espera-se da informação que, no mínimo, ela seja confiável e de qualidade.


Fonte: Jairo Ardull




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